
Já não existe o meu peito
Perjúrio formou uma forma
Visão perfeita, inigualável preceito
Vento agreste, cabelo enublado
Órbitas ondeantes de um raio de luz pintado
Júblio matinal, fresco ar de leito arrepiante
Colo enlaçante, ondas brancas de suavidade
Já não existem as minhas mãos
Apenas o toque que as rosas formaram
Apenas o sangue que pinta o horizonte
Distante.
Onde estou eu, que já não estou?
Onde existo, se já não existo?
Já não existe o meu corpo
Apenas a alma que me tornou ser
E me ostentou desaparecer
Num instante caminho de distante finito.
Já ninguém me vê, já ninguém me ouve
O vento vagueia, pelas encostas, incerto
Já não existe a minha alma
Apenas o meu ser
Que todos sentem, abstracto
Gaivotas dispersas em pedaços de vento,
Madrugada adormecida num triste despertar...