sábado, 31 de março de 2007


Distante

Já não existe a minha boca
Já não existe o meu peito
Perjúrio formou uma forma
Visão perfeita, inigualável preceito

Vento agreste, cabelo enublado
Órbitas ondeantes de um raio de luz pintado
Júblio matinal, fresco ar de leito arrepiante
Colo enlaçante, ondas brancas de suavidade
Já não existem as minhas mãos
Apenas o toque que as rosas formaram
Apenas o sangue que pinta o horizonte
Distante.

Onde estou eu, que já não estou?
Onde existo, se já não existo?

Já não existe o meu corpo
Apenas a alma que me tornou ser
E me ostentou desaparecer
Num instante caminho de distante finito.

Já ninguém me vê, já ninguém me ouve
O vento vagueia, pelas encostas, incerto
Já não existe a minha alma
Apenas o meu ser
Que todos sentem, abstracto

Gaivotas dispersas em pedaços de vento,
Madrugada adormecida num triste despertar...
 
posted by sónia at 16:49 |


12 Comments:


  • At segunda abr. 02, 08:04:00 da tarde, Anonymous Anónimo

    Ha dias que nos sentimos assim, longe de tudo, e de todos, com pensamentos muito para além do que é terreno. Sentimo-nos sem rumo, sem um pedaço de chão para pisar, sentimos que tudo é fragil, que afinal estamos sozinhos e que nao somos nada neste universo.
    Mas a esperança, conduz-nos em frente,faz-nos acreditar no Amanha,e é assim que quero viver.
    Vive tu também.

    Beijo.

     
  • At terça abr. 03, 10:25:00 da tarde, Blogger João Filipe Ferreira

    quantas vezes nos sentimos assim...
    no entanto esse estado d'alma é superado a seguir com muito mais força...e eu espero que sim:)
    adorei te visitar...teu cantinho transmite uma qualidade belissima..adorei:)
    ps:participo em www.luso-poemas.net ...podias participar lá..ias embelezar ainda mais aqueles cantinho:)
    beijaooo

     
  • At terça abr. 03, 11:20:00 da tarde, Blogger DE-PROPOSITO

    Onde estou, que já não estou?
    .............
    A contradição da contradição, o que torna o poema interessante.
    Fica bem.
    Felicidades.
    Manuel

     
  • At quarta abr. 04, 03:51:00 da tarde, Blogger sónia

    eu sei que participas, joao, e eu tb la estou registada mas nunca la vou...

    nao estas é a reconhecer o meu blog...e ate me tens na tua lista de amigos no hi5! :)

    talvez pq agr deixei de ser melinha para passar a ser a sónia ;)

    beijo e felicidades para a tua bela poesia! :)

     
  • At quinta abr. 05, 01:31:00 da tarde, Blogger Lobo

    Belíssimo poema, adorei o blog, bons escritos, voltarei +.

    Bj.

     
  • At segunda abr. 09, 01:13:00 da tarde, Blogger Pierrot

    Tu estás em ti, ainda antes que estejas nos outros ou no que os outros pensam de ti.
    Somos um animal social sem dúvida e tendemos a colocar nas mãos dos outros a nossa autoestima...
    Nada de mais frequente e nada de mais errado.
    Lindo poema
    Bjos daqui
    Eugénio

     
  • At quarta abr. 11, 06:47:00 da tarde, Anonymous Anónimo

    porque é que aceitas amigos no hi5 que nem uma alarve e depois nem sequer dá para deixar um comentário ou o que quer que seja?!!

     
  • At quinta abr. 12, 10:11:00 da manhã, Blogger sónia

    deixa os comentarios k kiseres anonimo...


    ja agora. se keres falar sobre o hi5 comigo manda-me uma mensagem de correio electronico.

     
  • At quinta abr. 12, 10:13:00 da manhã, Blogger sónia

    mas se nao consegues deixar um comentario anonimo é pq te blokeei. e se te blokeei é pq me deste razoes para isso...

     
  • At quinta abr. 12, 11:23:00 da manhã, Blogger Unknown

    Belíssimo poema, muito reflectivo e introspectivo!
    Estás de PARABÉNS!!

    ♥*´¯`*.¸¸.*Beijinhos*.¸¸.*´¯`*♥

     
  • At quinta abr. 12, 10:45:00 da tarde, Blogger o alquimista

    Esmagador texto...tu és lava incandescente que forma a ilha...


    Doce b eijo

     
  • At domingo abr. 15, 10:20:00 da tarde, Blogger DE-PROPOSITO

    Olá.
    Neste momento desejar que a felicidade esteja por aí.
    fica bem.
    Um beijinho.
    Manuel

     

Nome: Sónia Correia
Idade: 21
Cidade: Almada
Profissão: Estudante
E-mail: scorreia.sc86@gmail.com

A vida é um mar de espinhos
onde rosas navegam
num abismo ardente

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