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sábado, 9 de junho de 2007
O ar transparece num espelho de vento
que brinca, vaidoso, sob o olhar do seu reflexo
afável dança de um doce momento
fulvo ondular de uma visita infinda com fim tardio
Janela deslizante
rio irónico, corrente turva em águas de pensamento
som transparente naufragado no silêncio
As pedras pintadas pelo dilúvio incolor
As palavras sabem a maresia
As cores aromatizam o ar perfumado
Pétalas de amora
Incenso de jasmim
A tela caiada em pinceladas de luz
Botões de rosa suavizados
Corpos suados
Em replender vespertino
Olhar perdido na miragem;
os olhos esquecidos na sombra daquele local...
sexta-feira, 1 de junho de 2007
Já é tarde
e o vento baloiça nas árvores
que dançam ao som do seu canto.
burburinho imerso, secreto silêncio
as flores rubras de sangue ardente
as rosas doiram o ar com o seu reflexo metal
brancos lírios em seu vítreo suspiro
o ar doce de adocicado mel
agreste sândalo, leve aroma e jasmim
brisa suave, instante perdido na eternidade
mãos violáceas, rubros corpos ensombrados pelo ocaso
Já é tarde
o oceano mergulha no rubro leito do horizonte...
E os nossos lábios à sombra de um beijo.