
O ar transparece num espelho de vento
que brinca, vaidoso, sob o olhar do seu reflexo
afável dança de um doce momento
fulvo ondular de uma visita infinda com fim tardio
Janela deslizante
rio irónico, corrente turva em águas de pensamento
som transparente naufragado no silêncio
As pedras pintadas pelo dilúvio incolor
As palavras sabem a maresia
As cores aromatizam o ar perfumado
Pétalas de amora
Incenso de jasmim
A tela caiada em pinceladas de luz
Botões de rosa suavizados
Corpos suados
Em replender vespertino
Olhar perdido na miragem;
os olhos esquecidos na sombra daquele local...